Em 2020, em plena pandemia, o Congresso Brasileiro dos Assessores de Comunicação do Sistema de Justiça foi on line, e pela primeira vez o Tribunal de Justiça recebeu um troféu na categoria fotografia, com a foto intitulada “Direitos iguais aos diferentes brasis”, vencendo 17 concorrentes dentre órgãos do Judiciário de todo o país. Porém, o feito maior dessa edição, foi também ter vencido na categoria Grande prêmio de Comunicação e Justiça, ou seja, foi escolhido o melhor entre os 199 trabalhos inscritos na competição em 12 categorias. O grande prêmio é obtido pela média entre as notas dos jurados, profissionais de renome nacional, e o voto popular, dos próprios participantes do Fórum Nacional de Comunicação e Justiça.
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A imagem, emblemática, é fruto da sensibilidade da jornalista Ana Carolina Gouveia Cardoso, da Coordenadoria de Comunicação Social do TJRO (CCOM), e foi captada durante a operação que reúne magistrados(as), servidores(as) do Judiciário e parceiros(as) para levar atendimento jurisdicional a pessoas que vivem em comunidades instaladas às margens dos rios amazônicos. Na comunidade de Gleba Rio Preto, o momento em que a mãe entrega à policial a pequena filha, para a arriscada travessia do bebê, da voadeira para o barco onde ocorre o atendimento, foi eternizado pela fotografia vencedora. A cena tem como moldura a solidariedade e simplicidade de um Brasil profundo, traduzidas, ainda, pelas bandeiras do país, com a pintura já desbotada pelo sol, que enfeitam o interior da embarcação. Daí o título do projeto: “Direitos iguais aos diferentes brasis”. Para chegar até à Gleba Rio Preto, o Barco da Justiça levou 24 horas de viagem. A equipe de comunicação do TJRO acompanhou mais uma edição do projeto institucional, que, há 28 anos, leva Justiça e cidadania para as comunidades mais isoladas de todo o Estado.
Enquanto a oficiala de justiça segurava o bebê, a mãe fez o RG, CPF e Passe Livre para a filha, essencial para garantir o transporte nas embarcações. A imagem da fragilidade e desamparo contrastou com a firmeza do ribeirinho, que mesmo com situação vulnerável luta para se equilibrar e garantir seus direitos.
A pequena saga da família exemplifica a necessidade das comunidades ribeirinhas e suas dificuldades em ter acesso a serviços tão simples, que no cotidiano da cidade representam quase nada, mas para um programa institucionalizado do Poder Judiciário configura um grande esforço de garantia aos direitos mais básicos.
O presidente do TJRO na época premiação, desembargador Paulo Kiyochi Mori, encarou a dupla conquista como mais um reconhecimento à importante atuação da Justiça de Rondônia junto às comunidades isoladas dos centros urbanos. Conhecedor da relevância do atendimento itinerante da Justiça, o desembargador, quando juiz dos Juizados Especiais, coordenou o atendimento à população nas comunidades e reconhece que “estar perto do jurisdicionado é uma garantia à democracia e ao exercício da cidadania”.
Assessoria de Comunicação Institucional
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