Família de Matías Galindez Rodrigues clamou por Justiça.
Após 14 horas de julgamento, o réu Thiago Fernandes foi condenado a sete anos e um mês de reclusão por matar a tiros o artista de rua uruguaio Matías Galindez Rodrigues, de 28 anos. O júri se reuniu no Plenário Hugo Euler, em Ji-Paraná (RO), região a pouco mais de 370 quilômetros de Porto Velho.
O julgamento teve início na manhã desta última quinta-feira (21). Pela manhã, todas as testemunhas foram ouvidas. Após a análise dos jurados, Thiago Fernandes foi declarado culpado pela morte de Matías.
O crime aconteceu em um posto de combustível no centro de Ji-Paraná. Na ocasião, Thiago efetuou 10 disparos contra o uruguaio. Ele se entregou na 1ª Delegacia de Polícia Civil em 17 de abril de 2017 e deu sua versão do crime.
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Em depoimento, Thiago disse que a discussão entre ele e o artista começou após se negar a pagar uma cerveja à vítima. A justificativa do réu é de que Matías teria dado um tapa no rosto do investigado.
Com isso, o acusado contou que teria sacado a arma e atirado contra o chão, com objetivo de intimidar Matías. Porém, o uruguaio não teria ficado intimidado, então o jovem realizou os disparos com a pistola de calibre 380.
Emocionada, a mãe de Matías, Graciela Galindez, disse, em entrevista à Rede Amazônica durante o julgamento, que só quer Justiça.
“Só queremos que se faça Justiça, pois um crime assim não deve ficar impune. Nada dá direito a dar 10 tiros porque simplesmente não gostou de algo”, clamou Graciela.
Entenda o caso
O crime aconteceu em abril do ano passado. Matías Galindez Rodrigues não resistiu aos ferimentos e morreu durante a madrugada de 9 de abril, no Hospital Municipal de Ji-Paraná (RO). De acordo com a PM, os tiros atingiram o tórax, o abdômen e as pernas do uruguaio.
Conforme o relato dado por testemunhas, a vítima e seu irmão estavam no posto de combustível quando uma discussão teve início entre Thiago e o irmão da vítima, no interior da loja de conveniência.
O então investigado saiu da loja, sacou uma pistola de calibre 380 e realizou cerca de 10 disparos. Depois, ele tentou fugiu em um carro de cor prata.
O uruguaio estava no Brasil há quase um ano e desejava chegar no Peru. Com amigos que tinha feito no país, ele ganhava dinheiro com apresentação nas ruas.
Matías estava em Ji-Paraná há uma semana antes de ser assassinado. Em apoio a família do uruguaio, a hashtag #juntospormatias foi compartilhada pelas redes sociais. Houve, ainda, protestos contra o crime em Goiânia (GO) e Buenos Aires, na Argentina.
Na época do crime, amigos do jovem fizeram homenagens em suas páginas nas redes sociais. Textos, fotos e desenhos foram compartilhados no perfil do artista de rua.
Uma praça em Canelones, cidade natal do jovem, foi batizada como ‘Plaza Matías Galindez’. A homenagem foi feita por amigos da vítima.
O corpo de Matías Galindez Rodrigues foi cremado em Valparaíso de Goiás (GO), região a 38 quilômetros de Brasília (DF). O Consulado Uruguaio chegou a emprestar dinheiro aos familiares para realizar o traslado e o serviço funerário.
Fonte: Roberto Oliveira, G1 RO, Ji-Paraná e Região Central
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