Durante a tarde desta quarta-feira (2), Linn da Quebrada e Pedro Scooby conversaram sobre a identidade de gênero da cantora. Na conversa, a artista explicou a diferença entre transexual e travesti para o surfista.
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A conversa começou com Scooby, que perguntou para Linn se “trans é o mesmo nome que o travesti”. “A travesti”, corrigiu a artista, alterando para o pronome feminino.
“A transgeneridade é um grande guarda-chuva, que fala sobre as identidades trans. Tem muitas identidades trans”, continuou a cantora. “Sendo operado ou não?”, perguntou o surfista.
“Não é a genital que vai definir a identidade, assim. Esse é um princípio básico, não é minha genital que define minha identidade. Não é se eu tenho um pinto ou se tenho uma b* que vai definir se eu sou homem ou se eu sou mulher. Não é necessariamente a cirurgia”, disse Linn.
“Para não errar, o melhor é você perguntar para a pessoa. E aí posso falar só da minha experiência, mas você não chega para as pessoas e pergunta que cirurgia ela fez”, respondeu Linn.
Scooby então, relembrou uma conversa que teve no passado. “Teve uma coisa, que eu tive uma conversa com a Carol (Marra) uma vez sobre. Tipo… porque tem um preconceito e ainda mais que ela é gatona, pegava geral, e o homem ficava naquele lugar de ‘tem que avisar’. E não tem que avisar”, disse.
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Linn então explicou mais sobre a situação. “Você não avisa, eu acho isso muito escroto… mas isso já aconteceu com pessoas que eu conheço, tipo, ficaram com uma amiga minha. E é isso, eu acho que é paia esse lugar de ter que avisar, porque, assim… não teve interesse por mim, já que ficou comigo?”, disse.
“Eu não tenho que te avisar. Tem pessoas que são mais passáveis, né, que tem mais uma passabilidade, que parecem um pouco mais com o gênero”, explicou.
“Tem mulheres que parecem mulheres cis, que agem como mulheres, que tem o padrão estético de mulheres cis. E tem mulheres cis, mulheres de b*, de vagina, que para a sociedade não parecem com mulheres, não se comportam como mulheres, não se vestem como mulheres”, continuou Lina.
“Se você se interessou por mim e quer ficar comigo, é uma coisa e pronto. Às vezes alguns amigos, aconteceu com uma pessoa que conheço, ela ficou com um cara no samba, no pagode, uma coisa assim e aí houve uma pressão por parte de outros amigos e ele quebrou uma garrafa de cerveja na cabeça dela e ninguém do bar se mobilizou porque aí parece que ela era a errada e que tinha que ter avisado que ela era pessoas trans”, relembrou Linn.
Por fim, a cantora explicou que não há diferença entre mulheres trans e travestis. “Não são as cirurgias que nos dividem. Não existe uma divisão. Existem diferenças, mas para mim existe muito mais aproximação. A travestilidade se constrói”, explicou a artista.
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