Paulinha Abelha, cantora da banda Calcinha Preta que morreu dia 23, aos 42 anos, teve o mesmo nível de coma que o apresentador Gugu Liberato, que morreu em novembro de 2019 aos 60 anos. Ambos chegaram ao grau 3 na escala Glasgow.
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Paula chegou a um hospital de Aracaju no dia 11 de fevereiro com um quadro de insuficiência renal que se agravou, provovando morte cerebral e falência sistêmica – ou seja, após 12 dias, seu organismo não suportou. Gugu sofreu traumatismo craniano após uma queda em sua casa nos Estados Unidos. Depois de quase dois dias na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), foi declarada sua morte cerebral.
Mas o que é a Escala Glasgow e como ela é usada para medir o coma?
O que significa o grau 3 na Escala de Glasgow?
Desenvolvida em 1974, na Universidade de Glasgow, na Escócia, a Escala de Coma de Glasgow serve para os médicos avaliarem traumas, problemas neurológicos e avaliar o nível de consciência de um paciente.
Ela varia de 3 a 15. Paulinha chegou no grau 3, o mais baixo e que representa maior gravidade. A escala serve como parâmetro para auxiliar a decisão dos médicos de realizar ou não procedimentos específicos. Por exemplo, o paciente costuma ser intubado quando a escala está abaixo de 9.
O que a escala avalia?
A escala de Glasgow é determinada quando os médicos suspeitam de trauma cranioencefálico, e deve ser feita cerca de seis horas depois do trauma. Para determinar o grau da escala, os médicos observam a reação do paciente a três estímulos: abertura ocular, resposta verbal e resposta motora.
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Para cada um desses parâmetros é atribuída uma pontuação de 3 a 15. Perto de 15, o nível de consciência é normal. Os casos de coma estão nas pontuações inferiores a 8. A pontuação de 3, que foi o caso de Paulinha Abelha, pode significar morte cerebral, mas os médicos sempre precisam avaliar outros parâmetros para definir o estágio de um paciente.
A escala pode falhar
A Escala de Glasgow apresenta algumas falhas: não é possível avaliar a resposta verbal de pessoas que estejam intubadas. Além disso, caso o paciente esteja sedado, a avaliação do nível de consciência pode ser dificultada.
Na entrevista coletiva, o médico intensivista André Luís Veiga de Oliveira afirmou que Paulinha Abelha “tinha um quadro neurológico que estava a 48h sem sedação, em coma profundo, sem nenhum tipo de reflexo ou medidas que a gente estava fazendo.
Atualização em 2018
Quarenta anos depois do desenvolvimento da escala, um novo estudo foi realizado, adicionando a reatividade da pupila à avaliação. Segundo os pesquisadores, a observação da pupila dá maior precisão ao diagnóstico do trauma cranioencefálico.
Depois de fazer a determinação da escala original, o médico avalia a reatividade pupilar da pupila ao estímulo luminoso: se ambas as pupilas reagirem à luz, não se altera a determinação já feita da escala; se somente uma das pupilas não reagir, subtrai-se um ponto da escala; se nenhuma das 2 pupilas reagirem, subtrai-se 2 pontos da escala. A não reação da pupila indica maior gravidade.
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